sexta-feira, 6 de junho de 2008

Última chance

O futuro é muito incerto. Queria que você pudesse me dizer como vai ser meu amanhã. Você não pode, não é mesmo? Claro, você sempre me diz que vai ser maravilhoso, mas eu realmente gostaria de algo mais específico.

Estou em São Paulo enquanto te escrevo, vim hoje de Campinas. De manhã, eu ouvi uma música do Ludov, enquanto arrumava minhas malas. Transcrevo a música toda, porque tudo é relevante (e eu, como você sabe, não sou uma pessoa sucinta):

“Se eu me perdi

Quando eu errei

Quando eu senti

Que quase estraguei

Toda a construção

Fugi desse país e fui buscar

Qualquer outro lugar

Pra tentar ser feliz

Deu vontade de voltar

Pra te dizer que as opções ainda estão aqui

Vou construir uma família como a gente quis

Quem tem menos faz bem mais que nós por si

Essa cidade não conhecerá meu fim

O que procuro encontrarei dentro de mim

Se eu me enganei não foi por mal

Andei na contra-mão

Daquilo que previ

De tudo que é normal

Fugi desse país e fui buscar

Qualquer outro lugar

Pra tentar ser feliz

Senti vontade de voltar

Pra te dizer que as opções ainda estão aqui

Vou construir uma família como a gente quis

Quem tem menos faz bem mais que nós por si

Essa cidade não conhecerá meu fim

O que procuro encontrarei dentro de mim

Vou construir uma família como a gente quis

Pra te dizer que as opções ainda estão aqui

Quem tem menos faz bem mais que nós por si

Essa cidade sempre foi nosso jardim

O que procuro já encontrei dentro de mim”

Acho que você também deve pensar em algo quando lê esses versos. Tem tanta coisa acontecendo pra mim, pra você, pra todo mundo... Tudo junto, de uma vez, mágico demais, mas com pouco tempo pro cérebro processar. Amanhã, você deve saber, é um dia estranho pra mim, diria até bizarro, é um “último dia”, entre muitos outros que tem acontecido. Será que você entende o peso disso? Como podem tantos anos simplesmente “terminar” em um dia? É difícil entender, mas é belo pensar... Talvez porque nunca termine, só comece de novo, Diferente...

Às vezes a gente foge, foge dos problemas, das dificuldades, dos erros, não só alheios, mas dos nossos próprios erros. Daí a gente tenta ser feliz sem aquilo, achando que nossa felicidade pode ser encontrada em outras coisas e simplesmente “substituir” o que, apesar de todos os defeitos, sempre nos fez tão bem.

Eu posso até dizer que “fugi” uma vez, só que percebi que não podia deixar tudo desmoronar, senti essa “vontade de voltar”, pra ajudar, pra tentar fazer as coisas direito, pra tentar fazer as pessoas entenderem que as opções ainda estavam lá e, principalmente, que temos a faca e o queijo nas mãos, porque mesmo “quem tem menos faz bem mais que nós por si”.

É até engraçado... quando você entender, quando você perceber, talvez já seja o seu “último dia”, mas me ensinaram que mesmo no último dia, no último minuto, ainda dá pra virar o jogo, é só entender isso, é só perceber que o que você procurava você já encontrou dentro de si... Lembra de como eu me dediquei? É uma causa, entre tantas, mas é a minha causa. Eu tentei "construir uma família" pra provar isso pra você, pra te dizer que você não pode desistir. Não dá pra desistir! Espero que você fique bem, escolhendo aquilo que, sabiamente, quiser escolher. Se precisar de alguém pra desabafar, você sabe onde me encontrar. Só não esquece: mesmo que seja a última, você merece dar e "se dar" mais uma chance, ta bom?

Abraços e beijos!

Max” - Guardião Triunfante

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