sexta-feira, 14 de junho de 2013

Viva a Consciência!

Consciência. Essa é a palavra que descreve a minha Fé hoje. Já há muito deixei de acreditar que há um Destino acorrentando os homens a uma sentença de vida. Não acredito mais na Verdade absoluta. Não acredito mais que existam o certo e o errado, o mal e o bem, o belo e o feio, senão e tão unicamente pela visão, pessoal e intransferível, de cada um. Só minha Consciência, sagrada e inviolável, pode me dizer o que é a minha própria Verdade. Aquele que não age de acordo com a sua própria Verdade pode enganar o mundo, mas não pode enganar a si mesmo, não pode fugir da sua Consciência e, por isso, não passa senão de um escravo. Se hoje eu estou publicando um texto diferente da maioria que já escrevi, é porque eu vivo de acordo com a minha Consciência, é porque eu acredito na minha Verdade, é porque eu creio que devemos ser livres, é porque eu sei que “os escravos servirão”.
Não costumo me manifestar sobre questões políticas. É difícil conversar sobre política já que, geralmente, visões incongruentes e a nossa falta de prática no debate acabam transformando diálogos entre amigos em discussões excessivamente acaloradas. Não gosto disso. Mesmo assim, não pude ignorar o que vi e ouvi hoje. Por isso mesmo eu escrevo, porque quando escrevo é a minha Verdade quem fala e a minha Verdade, pautada pela minha Consciência, não pede aplausos, não pede apoio e, principalmente, não deve respostas ou satisfações a nada nem a ninguém.
Parece-me óbvio perceber que as manifestações que acontecem em diversos lugares do País são fruto de muito mais do que uma reivindicação pela redução do valor das passagens do transporte coletivo: elas são fruto de uma esperança de Liberdade, de uma tomada de Consciência. Andando pelas ruas, observamos inúmeros problemas que precisam de solução. Talvez alguns julguem que essa é uma causa “banal” em relação a tantas coisas terríveis que se vêem por aí. Eu poderia desconsiderar a diferença que esse aumento faz no meu parco salário de professor e concordar, mas tenho o cuidado de lembrar que é por desconsiderarmos as “banalidades” que somos levados a cometer os maiores erros ou perder as melhores oportunidades nas nossas vidas. Esperar por uma “causa perfeita” para lutar pode parecer muito saudável agora, na juventude da Consciência, mas é possível que, até que esse dia chegue, os olhos estejam cegos, os ouvidos surdos e as Liberdades completamente tomadas.
A libertação pode não parecer bonita para todos, mas a mim parece. Apesar de todas as cenas trágicas, eu vejo uma grande beleza no que aconteceu neste dia: lembra um despertar, parece um abrir de olhos, um nascimento, tão sutil e comovente como qualquer outro. Hoje, consigo ver pessoas, outrora completamente inertes, perceberam o som de sua própria voz e a força de suas próprias palavras. Vi muitos reconhecerem a importância de si mesmos na sociedade e repensarem sua conduta com relação àquilo que traz benefícios a todos em detrimento de seu egoísmo. Entendi, eu mesmo, que devemos dispor de todos os meios que possuímos para propagar essa onda a todos os setores, todas as instituições e todas as pessoas para que também outras causas façam, em breve, parte da realidade de cada um.

Essa é a minha Verdade. Ninguém deve abraçá-la por ser minha, mas espero que essas palavras façam com que cada pessoa reconheça e viva sua própria Verdade, no seu trabalho, na sua família, no seu protesto, na sua pequena revolução interior. Tenho Fé na Liberdade. Consciência é Liberdade, Liberdade é Poder.