segunda-feira, 2 de junho de 2008

Estel

Tolkien fez uma bela metáfora quando disse que, para preservar sua linhagem real escondida, os elfos deram ao personagem Aragorn o falso nome “Estel” n’O Senhor dos Anéis. Este nome, na lenda criada pelo escritor, significa “Esperança”. O único que poderia reivindicar o poder sobre os homens e lutar contra a Treva que se levantava precisou viver escondido durante a infância, porém, o seu nome carregou seu segredo e o sinal de sua missão foi preservado: ele era a esperança de todos os povos livres da Terra.

Será que somos esperançosos? Será que temos a coragem de ostentar o signo de nossa fé em dias melhores? Acreditar, sem necessidade de explicações e testes, dar um “voto de confiança” àquilo que não se pode provar, isso é ter fé. Acho que poucos dentre nós sequer se aproximam dessa fé, pura e verdadeira, entretanto, aquilo que mais entristece é saber que mesmo a luz da esperança se apaga com grande facilidade.

Alguns dias atrás, pus em dúvida muitas coisas e entre elas estavam as dádivas. Não sei porque, depois de tantos anos, duvidei que algo realmente desejado, algo com que se sonha, pudesse, de fato, tornar-se realidade. Entristeci-me por tudo no mundo, pela decadência e pela fragilidade das coisas. Como se pode esperar algo bom observando as rosas mortas? Pensei em percorrer outros caminhos, até então desconhecidos, para obter aquilo que desejava.

Quando a estrela de minha esperança já se apagava é que eu entendi, quando tudo estava a um passo de desmoronar, então me foi mostrado que realmente há gloriosas dádivas no mundo e pude compreender realmente o significado profundo das palavras de um grande faraó egípcio: “o essencial é invisível para os olhos”.

A esperança renasceu em mim. Quem sabe até tenha experimentado daquela fé, tão sublime que me foi descrita. Aquilo que desejamos nem sempre é aquilo que precisamos, pois aquilo que nos é essencial é, em mesma medida, invisível para nossos olhos. Recebi dádivas que nunca imaginaria e o que tanto almejava conseguir simplesmente tornou-se ínfimo comparado à grandiosidade daquilo que me foi dado.

Dádivas não podem ser descritas, é preciso ter visão profunda para entendê-las. Você talvez nem entendesse qual a relevância daquilo que recebi, porém devo dizer-lhe: aprendi que não precisamos de mãos para nos guiar à nossa própria Verdade, nem de palavras para nos incentivar na caminhada, precisamos sim, ter ao menos a “esperança de um louco”, para arriscarmos errar nossos próprios erros e aprender com eles, somente assim nos tornaremos Triunfantes e seremos Soberanos de nossas próprias vidas.

Um grande beijo!

Max"

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Anônimo disse...

O que você escreveu é simplesmente lindo! Suas palavras SEMPRE tocam minha alma!
Beijos,
Nathali