segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Jogo sob o luar

Posso me gabar e dizer que sou virtuoso nos jogos da vida, pois através de olhares enigmáticos posso flertar sobre o real valor das cartas em minhas mãos. Contudo, aprecio muito mais o jogo quando tenho o prazer de encontrar um oponente à altura, que terá coragem de duvidar e me desafiará com sorrisos atraentes, a provar meus mistérios sem cartas na manga. Nunca estou satisfeito e quero vagar em busca de um bom desafio, quem sabe um pouco de dança, talvez uma valsa tranquila, depois um tango enigmático e por fim uma salsa caliente.

Não deseje que eu seja como uma fera terrível, pois mesmo as mais selvagens podem ser domadas. A tamareira, o sicômoro e a figueira são apenas árvores e mesmo assim tem grande papel no destino dos deuses. Abro a janela para sentir o gosto do vento, a sensação da liberdade. Como é bom sentar-me junto a janela e observar a tempestade lá fora, a voz do vento que brota do caos. A palavra forte daquele que está livre é como o vento que pode dobrar as árvores. Esse é poder que almejo: força e liberdade.

Vejo a mim mesmo como a combinação de ervas num novo chá: um sabor doce e sedutor de flores, não falta também uma ou outra folha seca que exala um aroma forte e arrebatador, umas poucas gotas de alguma fruta cítrica para fazer despertar os desejos ocultos e até mesmo uma especiaria que queima por ser tão deliciosamente refrescante. Tentador, mas cuidado, muitas vezes esses tais sabores escondem poderoso veneno, afinal, gosto de jogadores audaciosos.

Taças de vinho na noite clara de lua vermelha, rosas de vermelho sangue. Sinto a tempestade dentro de mim, entre notas tocadas pelas mãos ágeis ao piano, surge a expressão de minha própria voz, repleta de palavras ocultas, enigmas para o grande jogo. Infinitas cartas, cartas para você, cartas de tarot, cartas de amor... todas dirão a verdade, mas nenhuma delas, será tão livre quanto os sentimentos que se mostram ousados sob o luar...

Maximiliam A.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Você não tem medo de mim?

E aí, como vai a vida? Nada poderia substituir uma conversa nossa, mas já que isso não é tão simples (e o que é que tem sido simples nesses dias confusos?), estou escrevendo essa carta pra te contar as últimas novidades e acontecimentos, em especial, pra falar de um pensamento-sentimento que despertou em mim.

Ao contrário do que eu esperava, minhas férias estão sendo até que bem divertidas. Saindo algumas vezes, vendo muitos filmes, tendo experiências novas, tudo muito interessante. Um acontecimento dois dias atrás, entretanto, me deixou bastante perturbado. Aqui se faz necessário que eu peça, por gentileza, que você se esforce para compreender a versão resumida da história porque contar tudo seria enfadonho e trabalhoso demais. Estava numa estação de metrô aguardando uma pessoa junto às catracas, do lado “de fora”. Do lado “de dentro” uma garota, visivelmente preocupada, pedia informações à funcionária da estação e essa respondia: “Sim, essa estação tem duas entradas, a outra linha de bloqueios fica na outra ponta da plataforma de embarque”. A garota agradeceu e, rindo aquela risada de “ai, e agora?”, parou ao meu lado. Ela também estava esperando alguém, ela do lado “de dentro”, eu do lado “de fora”.

Por um motivo qualquer as pessoas que esperávamos estavam atrasadas, bem atrasadas ou, quem sabe, estivessem esperando na outra saída, do outro lado da estação. Nossa preocupação comum e uma mulher pedindo informação aos dois foram os fatos que nos deram chance de começar um diálogo. Muito simpática, a garota propôs uma estratégia para que ambos se ajudassem: descrevemos um ao outro as pessoas que esperávamos, fiquei aguardando onde estava e ela foi para a outra entrada procurá-los. Depois de alguns minutos ela voltou. Ninguém tinha aparecido, em nenhum dos lados. Eu, acostumado aos imprevistos de São Paulo e aos atrasos dos meus amigos, estava esperando bem tranqüilamente, já a garota, vinda do Distrito Federal, estava em pânico. Ela tinha um cartão telefônico, mas não havia telefone público dentro da estação, como ela não podia sair ou teria de pagar mais uma passagem, me perguntou se seria possível que eu fosse até a rua e telefonasse para sua amiga. Obviamente concordei, afinal, estava esperando, sem grande comprometimento com horários e não havia motivo para não ajudá-la.

A cena que vou descrever é a que, infelizmente, não está me deixando em paz. Estava subindo as escadas e me deparei com uma garota falando ao celular. Ela era muito parecida com a descrição que a moça me fizera de sua amiga e a ouvi dizer “já estou aqui na estação”.

“Com licença...” – disse eu.

“Eu não quero falar com você!” – me respondeu a garota, extremamente agressiva, fazendo um gesto com a mão livre, uma ameaça, algo como um sinal de que eu deveria me afastar.

“Mas eu só queria...” – tentei continuar, porém ela desceu alguns degraus falando, desesperada, ao celular.

“Eu vou desligar, não, não posso falar agora! Tem um cara me perseguindo...” – disse ela ao seu interlocutor enquanto descia correndo as escadas.

Tentei ir atrás dela para explicar o que estava acontecendo, porém imaginei que nada do que eu fizesse poderia resolver a situação, além disso, se ela fosse mesmo a amiga da garota, então quando eu telefonasse, da rua, a situação toda se esclareceria. Saí, telefonei e voltei. Não, a garota desesperada não era a amiga da moça da estação. No fim, bem, tudo acabou dando certo, a amiga da moça chegou primeiro, depois encontrei quem estava esperando. Mesmo assim, continuei estranhamente preocupado com o que aconteceu nas escadarias, não conseguia me esquecer de jeito nenhum.

Pode parecer pouco, pode parecer uma besteira, mas aquela cena não sai da minha cabeça. O gesto hostil, o “não quero”, a desesperada descrição “um cara me perseguindo” e o seu olhar... o seu olhar terrível, como fogo. Detesto situações mal resolvidas e mesmo sabendo que não há chances de encontrar aquela garota de novo, pensar que ela fez tão mau juízo de mim me deixou triste. Nem sequer sei o que ela pensou que eu fosse! Talvez nem ela tenha pensado em nada, o mais provável é que tenha agido assim por medo. O estranho é saber que eu também senti medo, tanto medo quanto ela deve ter sentido, não dela, mas sim um medo do medo que ela sentia, das atitudes absurdas e completamente impensadas que ela poderia tomar tão somente por não conhecer meus propósitos, por ignorar a razão.

Nossa! Essa carta já está enorme, preciso parar por aqui. Ainda tenho bastantes coisas pra te contar, coisas que eu estou pensando e sentindo, conseqüências dessa história e de outros acontecimentos. A princípio, o que eu tenho pra concluir está condensado nas palavras de um grande sábio: “o medo é apenas uma preguiça da vontade”.

Até breve! Seu amigo,

Max”

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Férias e cartas

Olá meus queridos amigos! Só estou mandando esse recadinho pra dizer que estou morrendo de saudades de todos os que estão longe e também dos que não estão tão longe assim... Agora, oficialmente "em férias", posso voltar a me corresponder mais constantemente com todos vocês. Por hora, tem algumas coisas que podem interessar a vocês... VESTIBULAR UNICAMP: As listas de aprovados da em 1ª chamada saem no próximo dia 05 de fevereiro, meio dia, porém os mais curiosos já podem ir olhando as resoluções oficiais (respostas esperadas) das provas no site da comvest desde hoje. Hoje (15/01) devem sair as respostas de Português e Biologia, amanhã (16/01) de Química e História, na segunda-feira (19/01) publicam Física e Geografia e, por último, na terça-feira (20/01) saem as resoluções de Matemática e Inglês. Boa sorte pra todo mundo que prestou! CINEMA IMAX: Pra quem gosta de cinema e tecnologia, amanhã (16/01) será inaugurada em São Paulo a primeira sala "IMAX" do país no Shopping Bourbon, na Pompéia. Promete-se uma "tela gigante", imagens muito mais vivas, posicionamento central dos espectadores e projeções em 3D muito superiores às atuais. O filme de estréia é um documentário sobre o fundo do mar, de repente deve ser até meio sem graça, mas para os mais cinéfilos, não custa assistir pra comprovar as "maravilhas" dessa sala de cinema tão esperada. Mais informações aqui. É isso pessoal. Até as cartas! Beijos e Abraços,
Max