Vontade
de despejar todos os meus pensamentos de uma vez como a torrente forte
do rio que corre livre e impetuoso. Queria um dia entender por que tudo
tem que ser assim tão assado, por que é que as pessoas dizem que vivem
assim assado e na verdade agem assim assim, queria entender o turbilhão
de dúvidas que há em mim pras quais eu soube e sempre saberei que não há
resposta.
A
gente quer muita coisa. Hoje seria um bom dia pra escalar aquela
parede, pra sentir o calor e o vento batendo no rosto. Também gostaria
de morar na praia, se morasse na praia, sem dúvida que agora estaria
olhando pro mar e perguntando por quê. Podia dar um jeito de ir dançar e
dançar até os pés doerem de felicidade. Por sinal, hoje, faz exatamente
um ano que eu comecei a dançar. Acho que foi uma das coisas mais legais
que comecei a fazer na vida. Um acerto em meio a tantos erros. Um
acerto que faz um ano e um ano que passou rápido. No fim, não sei dizer
de fato se a passagem do tempo mudou alguma coisa concreta. Continuo
querendo muita coisa.
Fazendo
um balanço, de modo geral posso concluir que emburreci um pouco.
Acredito que sei menos coisas do que sabia um ano atrás e sei mais
coisas nas quais não acredito do que acreditava um ano atrás. Minha
paciência diminuiu, talvez porque eu tenha percebido que esperar não é
só um ato de força, mas uma profissão de fé. E descrente que estou em
tanta coisa, fica difícil ter fé naquilo que se espera.
É...
Hoje nada faz sentido... Nada. Parece que está tudo tão do avesso
quando eu olho e ao mesmo tempo tudo tão normal quando lembro de como
sempre foi... Tanto é verdade que, mesmo com tantos pensamentos na
cabeça, esse é um dos menores textos que eu já escrevi.
Max
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