sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Só eu.

Olá! Tudo bem? Espero que esteja tudo certo. As duas últimas semanas foram um tanto quanto conturbadas pro pessoal. Espero que a fase de transtornos tenha passado para todo mundo. Claro que eu não posso me colocar no lugar de todos os que sofrem, por isso não desejo nenhum sofrimento a ninguém, mas sinceramente acho que algumas tempestades de vez em quando nos fazem muito bem. Vejo que aquilo que eu vivi no meio do semestre me mostrou coisas tão maravilhosas, me ofereceu lições tão mágicas que hoje já não encaro o ocorrido como algo ruim, mas como uma oportunidade de recomeçar: um dos melhores acontecimentos da minha vida.

Resolvi te escrever pra falar de sentimentos, não de problemas. Precisava contextualizar a maior lição que aprendi sobre sentimentos nessa vida, porque ela aconteceu no meio dos problemas todos. Em algum momento, marcante e terrível da minha tempestade, precisava pensar, só pensar. Não poderia ficar muito tempo pensando, ou enlouqueceria de só pensar. Precisava pensar, pensar rápido, só pensar. Precisava de mais tempo, precisava de ajuda, precisava de muita coisa pra pensar, só pensar. Percebi então que estava só. Não havia ninguém, por mais que houvesse muitos, para agir por mim, nem havia conselho, nem auxílio, nem nada que alguém, que não eu, pudesse fazer por mim. Tudo o que precisava resumiu-se em espaço. Precisava de espaço para só pensar.

Então, sozinho, sem querer, esvaziei meu coração de qualquer sentimento. Pensei no que precisava pensar. Entendi e agi. Não sabia ainda qual seria o resultado de minha ação e, apesar de ter sido positivo, isso não importava, o que mais me chocava era o que tinha percebido. Com a Alma vazia, vazada por mim mesmo, percebi que o coração não pensa, só sente. Essa foi a minha grande descoberta. Tão lógica, tão simples, mas ao mesmo tempo tão surpreendente. O nosso Todo é harmonioso, então não podemos sobrepor as funções de cada parte. Mente deve pensar e só pensar, coração deve sentir e só sentir.

Eu mudei depois dessa conclusão, pela minha “auto-avaliação”, mudei pra melhor. Você pode achar absurdo tendo em vista tudo o que tenho feito, mas me acho mais puro de uns tempos pra cá. Minhas ações não têm desacordo com minha Verdade porque não tem preconceitos sentimentais revestidos de idéias ou falsos ideais revestidos de sentimentos, são puros, como eu. A minha pureza me faz bem e me surpreende não tê-la descoberto antes, porque sou muitíssimo mais feliz assim. Quiçá o Destino já tivesse tudo planejado, pois talvez não aproveitasse tanto a descoberta em outros tempos.

Não era só isso que queria te escrever, além disso, nem era sobre isso que queria escrever, mas percebi que não podia deixar de te falar dessas coisas que estão fazendo tanta diferença e que, quem sabe, façam alguma diferença pra você. A carta já está se estendendo, infelizmente tenho que parar por aqui. Por favor, me escreva você também! Nem que seja só pra dar um “oi”. Gosto de saber como vão as coisas “fora de mim”. Até qualquer hora!

Beijos e abraços!

Max”

2 bilhetes em resposta, escreva o seu!

Someone disse...

E é com a pureza dos sentimentos e dos pensamentos que gostaríamos de sempre viver. Ethos e Pathos bem definidos, assim sim seria bem melhor vivermos, não? =D Saudades, Max! Beijos

Profa. Fabíola disse...

Oi Max, você está escrevendo bem como sempre! Fico feliz em poder ler as suas cartas novamente...
beijos!