Quando acordarem, perceberão que a verdadeira glória nunca esteve na
acumulação ou na idolatria e se darão conta que estiveram, por muito o
tempo, somente vagando, encurvados pelo peso da própria cegueira. Cairão
por terra suas máscaras e sentirão asco de seus próprios rostos,
abomináveis que estão depois que suas ações os deformaram.
Folheando diários e grimórios antigos não encontrarão em seus dias
mais valor que nas areias que recobriram a Verdade com um deserto
estéril. O vasto conhecimento de suas bibliotecas, inútil, terá sido
consumido pelas traças de sua superficialidade. Como pó, ruirão as
colunas de seus palácios, que foram construídos sobre alicerces de
mentiras.
Chegará a devastação de um inverno solitariamente
frio e, em vão, farão fogueiras de paixões para tentar aquecer seus
corações feito pedras ocas. E não haverá mais amanhecer, pois as horas
já não importarão já que nunca souberam o valor do Tempo.
Quiçá
virá um tempo em que perceberão o que perderam pelo caminho, mas apenas
os de espíritos ousados terão coragem de olhar para trás e atravessar o
mar de lágrimas que os separa da esperança. A solidão lhes fará
companhia pela jornada e muitos desistirão. A sede de Liberdade e a fome
de Felicidade matarão os tomados pelos vícios e darão àqueles mais
fortes a dor necessária para prosseguir.
Se a tudo isso
resistirem, depois da treva mais escura de todas, terão sido provados e
verão com os olhos de verdade a plenitude da Luz da Realização e ela
lhes recompensará com a única paga realmente valorosa: Verdadeiro Amor.
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