Consciência. Essa é a palavra
que descreve a minha Fé hoje. Já há muito deixei de acreditar que há um Destino
acorrentando os homens a uma sentença de vida. Não acredito mais na Verdade
absoluta. Não acredito mais que existam o certo e o errado, o mal e o bem, o
belo e o feio, senão e tão unicamente pela visão, pessoal e intransferível, de
cada um. Só minha Consciência, sagrada e inviolável, pode me dizer o que é a
minha própria Verdade. Aquele que não age de acordo com a sua própria Verdade
pode enganar o mundo, mas não pode enganar a si mesmo, não pode fugir da sua
Consciência e, por isso, não passa senão de um escravo. Se hoje eu estou
publicando um texto diferente da maioria que já escrevi, é porque eu vivo de acordo
com a minha Consciência, é porque eu acredito na minha Verdade, é porque eu
creio que devemos ser livres, é porque eu sei que “os escravos servirão”.
Não costumo me manifestar sobre
questões políticas. É difícil conversar sobre política já que, geralmente, visões
incongruentes e a nossa falta de prática no debate acabam transformando diálogos
entre amigos em discussões excessivamente acaloradas. Não gosto disso. Mesmo
assim, não pude ignorar o que vi e ouvi hoje. Por isso mesmo eu escrevo, porque
quando escrevo é a minha Verdade quem fala e a minha Verdade, pautada pela
minha Consciência, não pede aplausos, não pede apoio e, principalmente, não deve
respostas ou satisfações a nada nem a ninguém.
Parece-me óbvio perceber que as
manifestações que acontecem em diversos lugares do País são fruto de muito mais
do que uma reivindicação pela redução do valor das passagens do transporte coletivo:
elas são fruto de uma esperança de Liberdade, de uma tomada de Consciência. Andando
pelas ruas, observamos inúmeros problemas que precisam de solução. Talvez alguns
julguem que essa é uma causa “banal” em relação a tantas coisas terríveis que
se vêem por aí. Eu poderia desconsiderar a diferença que esse aumento faz no
meu parco salário de professor e concordar, mas tenho o cuidado de lembrar que é
por desconsiderarmos as “banalidades” que somos levados a cometer os maiores
erros ou perder as melhores oportunidades nas nossas vidas. Esperar por uma “causa
perfeita” para lutar pode parecer muito saudável agora, na juventude da
Consciência, mas é possível que, até que esse dia chegue, os olhos estejam
cegos, os ouvidos surdos e as Liberdades completamente tomadas.
A libertação pode não parecer
bonita para todos, mas a mim parece. Apesar de todas as cenas trágicas, eu vejo
uma grande beleza no que aconteceu neste dia: lembra um despertar, parece um
abrir de olhos, um nascimento, tão sutil e comovente como qualquer outro. Hoje,
consigo ver pessoas, outrora completamente inertes, perceberam o som de sua
própria voz e a força de suas próprias palavras. Vi muitos reconhecerem a
importância de si mesmos na sociedade e repensarem sua conduta com relação àquilo
que traz benefícios a todos em detrimento de seu egoísmo. Entendi, eu mesmo,
que devemos dispor de todos os meios que possuímos para propagar essa onda a
todos os setores, todas as instituições e todas as pessoas para que também
outras causas façam, em breve, parte da realidade de cada um.
Essa é a minha Verdade. Ninguém
deve abraçá-la por ser minha, mas espero que essas palavras façam com que cada pessoa
reconheça e viva sua própria Verdade, no seu trabalho, na sua família, no seu
protesto, na sua pequena revolução interior. Tenho Fé na Liberdade. Consciência
é Liberdade, Liberdade é Poder.
2 bilhetes em resposta, escreva o seu!
amei sua postagem, Max! Penso da mesma forma...
:) Adorei!
Liberdade é uma palavra tão mágica!
Parece que só de pronunciar, já sai com força da nossa boca e libera a adrenalina nas nossas veias.E de pensar,o vento já bate no rosto e olhos se abrem para um novo horizonte...
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